Numa noite chuvosa e ventosa de Abril dez peregrinos encontram-se na estalagem Tabardo.
«Queremos ouvir um conto do matemático enquanto bebemos a nossa cerveja», disse o estalajadeiro.
«Depressa, apresenta-nos um enigma alegre e divertido.» «Por S. Nicolau», foi a resposta, «assim seja».
Prontamente, com cortesia e boa disposição, o matemático narrou o conto que aqui se apresenta.
«Certa vez, há muito tempo, dez cavaleiros reuniram-se para conversar e cantar, comer e beber. Mas, ai que tristeza, entraram em desacordo sobre quem se sentaria em que lugar e ao lado de quem. Um dos cavaleiros desembainhou a espada e logo a seguir outro também. Cada um dos cavaleiros assassinou um companheiro.
Em pouco tempo, a sala ficou escura e vermelha e os dez cavaleiros enlouquecidos ali faleceram.
Nessa noite caiu sobre eles uma maldição que apenas a matemática podia esclarecer.»
Por esta altura o matemático retomou p fôlego e todos exclamaram: «Conta-nos o que lhes sucedeu depois de falecerem!»
«Todos os anos os seus fantasmas amaldiçoados teriam de se encontrar para jantar. E, de cada vez, sentar-se-iam; em lugares diferentes até que esgotassem todas as alternativas, excepto se soubessem prever o número de alternativas possíveis, pois somente quando a solução fosse encontrada é que os dez cavaleiros poderiam repousar no céu.»
«Parece-me que os cavaleiros ocupariam de um a dez lugares diferentes», disse o actuário. «Não», disse o estalajadeiro, «com dez pessoas à mesa teriam pelo menos cem alternativas.» «Pois eu penso que são mais», disse a boa freira, «é um número ainda maior!»
O enigma fica agora para tu decifrares.
Quantas permutações poderiam ser feitas com os dez cavaleiros?
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